Assembleia Popular sobre a Fiol e Porto Sul acontece em Ilhéus (BA)

*CPT-Bahia

No dia 28 de novembro aconteceu a Assembleia Popular sobre a Fiol e o Porto Sul, no Assentamento Bom Gosto, na área do Itariri, em Ilhéus (BA). A Assembleia é um instrumento político que tem por objetivo fortalecer a democracia participativa em resposta a maneira como historicamente são tomadas as decisões sobre a cadeia produtiva na mineração, ou seja, sem nenhuma participação popular e visando apenas os interesses das grandes empresas.

O complexo Bamin – Fiol – Porto Sul tem o intuito de garantir o escoamento do minério de Ferro da Jazida Pedra de Ferro, em Caetité, que pertence a Bahia Mineração (Bamin). A ferrovia que se inicia em Figueirópolis (TO), atravessa o semiárido baiano e termina no litoral sul de Ilhéus, transportando minério de ferro por mais de 40 municípios até o complexo intermodal Porto Sul,

Essa logística impacta diretamente a produção de alimentos, criação de animais e fontes de água que estarão por seus caminhos. Os impactos para a saúde das populações é ainda mais preocupante, pois o pó do minério transportado em vagões abertos pode alcançar territórios em até 30km do seu traçado, causando doenças respiratórias graves.

Participaram do evento representantes das comunidades, igrejas, organizações civis e movimentos populares da região. A assembleia teve início com a análise de conjuntura realizada por Camila Mudrek, militante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), que denunciou os impactos do projeto e o modus operandis desse modelo de produção mineral, apontando a necessidade de se construir um modelo mineral soberano, popular e que respeite a vida.

Na sequência, o professor Rui Rocha, integrante do Floresta Viva, fez uma análise do projeto, de como ele foi construído, levando em consideração apenas os interesses das empresas envolvidas, e ao contrário do que muitos dizem, sem considerar o desenvolvimento da região.

Já os participantes da assembleia apontaram a forma como foram coagidos pelos funcionários do governo e das empresas, e da estratégia utilizada por eles de dividir as comunidades para enfraquecê-las. Após as colocações, os assentados e assentadas, trabalhadores e trabalhadoras rurais, decidiram que vão exigir os seus direitos e o acesso a informações verdadeiras sobre o projeto e seus impactos sociais e ambientais, com a consciência de que a luta continuará.

Texto: Magno Luiz Costa Oliveira/ CPT Bahia

Foto: Augusto Magno Pereira Oliveira

Edição: Comunicação CPT Bahia

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